Isabel Moreira saudou a chegada do presidente brasileiro a Portugal, criticando todos os que lançaram críticas à visita.
Adeputada socialista Isabel Moreira destacou, na noite de sábado, que, anteriormente, o Parlamento português já recebeu figuras que classifica de "ditadores", inclusive no Dia da Liberdade, criticando todos os parlamentares que se opuseram à participação do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na sessão solene de comemoração do 25 de Abril.
"Na Assembleia da República já recebemos ditadores. No dia 25 de Abril, imagine-se", pode ler-se numa publicação veiculada na rede social Facebook.
Nesse mesmo 'post', Isabel Moreira destaca, assim, o que representa a mudança na governação brasileira, até ao ano passado encabeçada por Jair Bolsonaro. "As relações entre Portugal e o Brasil estavam de rastos. Bolsonaro enterrou a democracia. Pisou os pobres, a gente da periferia, os índios, as mulheres, as pessoas LGBTI. Elogiou quem torturou Dilma (Rousseff, ex-presidente do país). Tomou conta da justiça para perseguir quem afinal foi ilibado", acusou a socialista.
Ainda que considere que "Lula tem defeitos" - criticando a sua "posição sobre a Ucrânia", embora lembrando que a mesma deriva de um "contexto" e de uma "posição no mundo totalmente diversa da nossa" -, a deputada portuguesa destacou que o atual chefe de Estado do Brasil é, ainda assim, "uma imagem de resistência, de emancipação de quem numa pensou entrar numa universidade".
Acusando muitos deputados portugueses de viverem "de casos para esquecer o essencial", Isabel Moreira deixou uma dura crítica à sua posição face a esta polémica com Lula da Silva: "Marcelo terá feito um convite meio sem jeito (...) e Lula aqui está. Quem amava Bolsonaro (como ama Trump e Salvini) começou a berrar. Foi o pretexto para largar fogo no palheiro".
E prosseguiu com a acusação: "Os amigos do Chega têm que posições sobre a Ucrânia? Pois. E foi ver (Paulo) Rangel que quer ser Governo a cair nas malhas da extrema-direita e criar um caso". E concluiu: "Que papagaios do Chega por todo o lado. Ai do Lula se não tiver a posição de Portugal".
Sobre o tema, a deputada socialista disse ainda ser "do tempo em que o ditador angolano passava por aqui com os sorrisos dos que agora não admitem uma vírgula no purismo" - fazendo referência ao ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos -, e do tempo em que "violações do direito internacional lá longe, muito longe de Portugal, não faziam notícia, nem impediam qualquer visita".
Na perspetiva da socialista, "Lula é o Brasil de volta" e é precisamente "isso que importa".
O presidente brasileiro está, até ao dia 25 de abril, em território português, no âmbito de uma visita de Estado com a duração de cinco dias.
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