Opresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que o país lançará um 'livro dos carrascos', de modo a recolher provas dos crimes de guerra cometidos pelas forças russas em solo ucraniano. O anúncio foi feito durante o habitual discurso noturno do chefe de Estado à nação, na terça-feira.
"Na próxima semana, será lançada uma publicação especial - o 'livro dos carrascos' - um sistema de informação para recolher provas sobre criminosos de guerra, criminosos do exército russo", revelou.
Para o responsável, esta será uma ferramenta fundamental no cumprimento da sua promessa de responsabilizar os militares russos, que cometeram aquilo que as autoridades de Kyiv descrevem como assassinatos, violações, e roubos na Ucrânia.
“Este ‘livro dos carrascos’ é uma das bases para responsabilizar não só os autores dos crimes de guerra – soldados do exército ocupante –, mas também os seus comandantes. Aqueles que deram ordens. Aqueles que tornaram possível tudo o que [os soldados] fizeram na Ucrânia. Em Bucha, em Mariupol, em todas as nossas cidades, em todas as comunidades que alcançaram. Todos serão levados à justiça”, lançou Zelensky, garantindo que “todos aqueles cujas vidas foram roubadas” serão “sempre relembrados”.
"Estes são factos concretos sobre indivíduos concretos, culpados de crimes cruéis contra ucranianos", complementou.
Recorde-se que, segundo a Procuradoria-Geral da Ucrânia, o país registou mais de 12 mil crimes de guerra cometidos pelas forças russas, envolvendo mais de 600 suspeitos.
No entanto, a Rússia mantém a sua posição, alegando, em especial, que o massacre em Bucha não passou de “uma situação bem encenada”, e que os corpos encontrados pelas ruas da cidade após a retirada russa “não [eram] de vítimas de pessoal militar russo”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados daquela entidade.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo
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